Antibiotic prophylaxis during the second and third trimester to reduce adverse pregnancy outcomes and morbidity.

Category Systematic review
JournalCochrane Database of Systematic Reviews
Year 2015
INTRODUÇÃO: Vários estudos têm sugerido que os antibióticos profiláticos dados durante a gravidez melhoram os desfechos maternos e perinatais, enquanto outros não mostraram nenhum benefício e alguns relataram efeitos adversos. OBJETIVOS: Avaliar o efeito de antibióticos profiláticos durante o segundo e terceiro trimestres da gravidez sobre os desfechos maternos e perinatais para todas as mulheres ou mulheres com risco de parto prematuro. MÉTODOS DE BUSCA: Nós buscamos no Cochrane Pregnancy and Childbirth Group´s Trials Register (em 30 de abril de 2015) e pesquisamos a lista de referências dos artigos encontrados. CRITÉRIO DE SELEÇÃO: Selecionamos ensaios clínicos randomizados comparando o antibiótico profilático versus placebo ou nenhum tratamento, em mulheres no segundo ou terceiro trimestre de gravidez. COLETA DOS DADOS E ANÁLISES: Extração e análise dos dados PRINCIPAIS RESULTADOS: A revisão incluiu 8 ensaios clínicos randomizados e controlados, com cerca de 4.300 mulheres. Esses estudos avaliaram o efeito da administração de antibiótico profilático sobre desfechos na gestação. Desfechos primáriosA antibioticoprofilaxia não reduziu o risco de rotura prematura de membranas antes do inicio do trabalho de parto [razão de risco (RR) 0,31; intervalo de confiança de 95% (95% CI) 0,06-1,49; 1 estudo, 229 mulheres, evidência de baixa qualidade]nem reduziu o risco de parto prematuro (RR 0,88; 95% CI 0,72-1,09 (6 estudos, 3.663 mulheres, evidência de alta qualidade).No entanto, houve redução de parto pré-termo no subgrupo de gestantes com um parto prematuro anterior e que tinham vaginose bacteriana durante a gravidez atual (RR 0,64; IC 95% 0,47-0,88; 1 estudo, 258 mulheres), mas não houve redução no subgrupo de gestantes com parto prematuro anterior sem vaginose bacteriana durante a gravidez atual (RR 1,08; 95% CI 0,66-1,77; 2 estudos, 500 mulheres). Houve redução do risco de endometrite pós-parto nas gestantes de alto risco, isto é aquelas com história de parto prematuro, baixo peso ao nascer, morte fetal ou perinatal (RR 0,55; 95% CI 0,33-0,92; 1 ensaio, 196 mulheres). Também houve redução do risco de endometrite nas gestantes como um todo (RR 0,53; 95% CI 0,35-0,82; 3 estudos, 627 mulheres, evidência de qualidade moderada).Não houve diferença na frequência de baixo peso ao nascer (RR 0,86; 95% CI 0,53-1,39; 4 estudos, 978 mulheres) ou sepse neonatal (RR 11,31; IC 95% 0,64-200,79; 1 estudo, 142 mulheres); nenhum dos estudos relatou resultados sobre cultura de sangue confirmando sepse. Desfechos secundáriosA antibioticoprofilaxia reduziu o risco de rotura prematura das membranas antes do trabalho de parto (RR 0,34; IC 95% 0,15-0,78; 1 estudo, 229 mulheres, evidência de baixa qualidade)e de infecção gonocócica (RR 0,35; IC 95% 0,13-0,94; 1 estudo, 204 mulheres). O uso de antibióticos não produziu efeitos sobre os desfechos secundários anomalia congênita, mortalidade perinatal e frequência de bebês pequenos para a idade gestacional. Os desfechos secundários (por exemplo, febre intraparto que necessita de tratamento com antibióticos) não foram relatados nos estudos incluídos.Em relação à via de administração de antibióticos, a antibioticoprofilaxia vaginal durante a gravidez não preveniu desfechos infecciosos na gestação. O risco global de viés foi baixo, mas alguns estudos tiveram alto risco de viés devido à falta de relato de dados. A qualidade da evidência usando o GRADE foi avaliada como sendo baixa para rotura prematura de membranas, alta para o parto prematuro, moderada para endometrite pós-parto, e muito baixa para corioamnionite. Nenhum dos estudos avaliou o efeito da intervenção sobre o desfecho febre intraparto que necessitou de tratamento com antibióticos. CONCLUSÃO DOS AUTORES: A antibioticoprofilaxia não reduziu o risco de rotura prematura das membranas antes do parto ou de parto prematuro (exceto no subgrupo de mulheres com um parto prematuro anterior que tinham vaginose bacteriana). A administração rotineira de antibioticos profiláticos para todas as gestantes no segundo ou terceiro trimestres reduziu o risco de endometrite pós-parto, de rotura prematura de membranas a termo antes do início do trabalho de parto e de infecção gonocócica. Pode haver viés substancial nos resultados da revisão por causa de uma alta taxa de perda de seguimento e também pelo pequeno número de estudos incluídos em cada uma das nossas análises. Há também evidências insuficientes sobre os possíveis efeitos nocivos dessa intervenção sobre o bebê. Portanto, podemos concluir que não há evidências suficientes para apoiar o uso de antibióticos de rotina durante a gravidez para prevenir efeitos adversos infecciosos sobre os desfechos da gravidez. NOTAS DE TRADUÇÃO: Tradução do Centro Cochrane do Brasil (Camila Christina Bellão Pereira)
Epistemonikos ID: 7fb84d02336f4169f620f291d511d4519b1cdd43
First added on: Jul 01, 2015